Arte

"A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível."
Leonardo da Vinci

domingo, 30 de maio de 2010

A arte de atuar - Abordagem Stanislaviskiana


Universidade de Brasília UAB/UnB
Instituto de Artes
Departamento de Artes Visuais
Licenciatura em Artes Visuais
História do Teatro 2 – HT2
Discente: Rauany Mendes de Souza

Stanislaviski foi um grande revolucionário no que diz respeito à arte de atuar, ele trouxe grandes contribuições para o teatro que antes era muito vago em suas concepções, com suas abordagens contribuiu grandemente para um entendimento maior sobre as possibilidades da atuação. Ele buscava encontrar uma conceituação mais racional e completa da interpretação teatral, apreciava a versatilidade e a boa performance de um ator.
Na visão Stanislaviskiana o ator deve estar completamente inserido nos dois aspectos da atuação, de forma que ele saiba mesclar inspiração e criatividade, para uma boa representação é necessário que o ator tenha experimentado o personagem, saiba do que está tratando, por isso recomenda: “nunca se permita representar exteriormente algo que você não tenha experimentado intimamente”.
Para Stanislaviski o bom ator é aquele que consegue um alinhamento entre a sua sensibilidade e intuição, a um conhecimento concebido sobre o que se propõe a interpretar, de forma que, “ todo invento da imaginação do ator deve ser minuciosamente elaborado e solidamente erguido sobre uma base de fatos”. O papel que o ator vai interpretar deve ser explorado e desbravado de modo que o mesmo tenha completa intimidade com o personagem.
Todo esse entrosamento é refletido através do corpo e de suas expressões. “É o corpo que movimenta a compreensão e corporifica seu saber”. As expressões do ator devem transbordar toda a familiaridade que ele tem com o seu personagem e com os sentimentos que adquiriu em relação ao mesmo. “Os músculos do ator devem estar plena e diretamente subordinados aos seus sentimentos”.
Cada gesto do ator deve estar impregnado de significados e de conteúdos, os gestos de um ator não podem ser descartáveis, o que deve existir é a especificidade de movimentos, o ator não pode de forma alguma transparecer superficialidade em seus atos, e sim, através de um prévio conhecimento em torno de seu papel e até mesmo de todo o contexto em que está inserido guiar-se a uma plena tradução interpretativa.
A partir desse momento o ator começa a ser movido não apenas por uma infinidade de detalhes soltos, mas, por unidades importantes que assinalam a trilha criadora certa. Aí, enfim, temos o auge da interpretação, que é quando o ator torna-se um intérprete criador.
Em virtude do que foi mencionado percebemos que a abordagem Stanislaviskiana trata da grandiosa necessidade de que o ator não seja artificial em seu processo de atuação, Stanislaviski propõe ao ator um conhecimento prévio sobre todo o contexto do personagem que deverá representar, desta forma, acredita que o espetáculo teatral se solidifica em raízes fundamentadas e não apenas em imaginação e turbilhões de sentimentos aflorados a partir de gestos superficiais.
Quando o ator toma essa posição é possível enxergar uma postura mais madura e livre em relação ao seu personagem, daí é de onde parte a liberdade que o ator adquire para atiçar a sua atividade criativa.

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