Arte

"A arte diz o indizível; exprime o inexprimível, traduz o intraduzível."
Leonardo da Vinci

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Arte Poesia - Fabio de Melo

"Destrua o poder de uma calúnia, vedando a boca que tem ânsia de dizer o que a cabeça ainda não sabe, e alguém deixará de sofrer por causa de seu silêncio. Nestas estradas de tantos rostos desconhecidos é sempre bom que deixemos um espaço reservado para a calma. Preconceitos são filhos de nossos olhares apressados. O melhor é ir devagar. Que cada um cuide do que vê. Que cada um cuide do que diz. A razão é simples: o Reino de Deus pode começar ou terminar, na palavra que que escolhemos dizer. É simples..."

Pe Fabio de Melo

quinta-feira, 21 de julho de 2011


Poéticas do intimo, memorial descritivo

Todo o processo de criação de uma obra de arte consiste em uma grande disposição de interesses, não é possível compor a obra a partir de preceitos externos, para se obter um bom resultado é necessário que o desejo de realizar seja de dentro para fora, a inspiração deve surgir e transbordar do artista para o expectador que admira a sua obra.
É importante que todos saibam que ali naquela obra está descrita as sensações do artista, é algo que por mais que aparentemente pareça estranho ou fora do habitual é a simples expressão daquele que encontrou essa maneira de por para fora aquilo que tem dentro de si.
O bom artista não se limita na sua obra, ele vai além de si mesmo, alcança as fronteiras da pura manifestação do seu “eu”.
A arte é indiferente a qualquer tipo de conceito, ela é independente, não precisa disso, não se fecha, é arte apenas por ser arte, ser por ser
Toda obra de arte deve falar por si só, sem a necessidade de legenda para explicar qual o sentido escondido, não seria interessante se fosse assim. O que nos leva a observar com tanta busca algumas obras de arte é especialmente o estranhamento que as mesmas trazem para nós, é o confronto com o nosso íntimo, com os nossos saberes, e principalmente com os nossos preconceitos, com aquilo que achamos que sabemos.
É quando rompemos com morais e conceitos próprios que ampliamos nossa capacidade de sermos mais humanos, e melhores humanos, de fazermos parte da sociedade de maneira diferenciada. Essa é uma entre tantas propostas que a arte nos trás, a evolução. A aproximação com o interior do outro.
Isso é fantástico!
Partindo desses “ideais” é que tentei compor minha obra de arte, me espelhando em um grande artista brasileiro que de verdade rompeu com qualquer normalidade e regra, e que pagou grande preço por isso, ficando na corda bamba entre a sanidade e a loucura de acreditar naquilo que vinha de dentro de si. Baseada no artista Arthur Bispo do Rosário, tomei essa linha de pensamento de que a arte não tem limites, de que arte não necessariamente é sinônimo de belo, de normal. Esse artista que se utilizava dos mais diversos e inimagináveis materiais para compor suas obras, me encantou principalmente por sua ousadia, por seu desprendimento.
Bispo do Rosário foi além Brasil, ficou conhecido internacionalmente por obras que de primeiro impacto parecem ser descartáveis, que em primeira instância não se aproximam nada do conceito que a maioria das pessoas têm daquilo que é arte, mas que a um olhar mais apurado revela a sensibilidade de um homem que consegue enxergar arte onde poucos a veriam.
Encantada com esse olhar para a vida e para a arte, resolvi pautar minha obra em materiais do cotidiano, coisas simples, que a primeira vista pode ser encarado apenas como utensílios domésticos, como lixo, resto.